
Bem, amo a literatura romântica, e sem duvidas o principal representante do Ultra-Romantismo no Brasil foi Álvares de Azevedo. E terei o prazer de falar um pouco sobre esse poeta romântico.
Álvares e seu tempo...
Álvares e seu tempo...
O poeta Álvares de Azevedo pertence à segunda geração romântica, cuja abragenge as décadas de 1840 e 1850, aproximadamente.
Os poetas dessa geração, dos quais se destacam Álvares de Azevedo, Junqueira Freire e Casimiro de Abreu, deixaram em segundo plano os temas nacionalistas e indianistas e mergulharam fundo em seu mundo interior, numa atitude egocêntrica e individualista. Seus poemas expressam uma visão trágica da existência e falam constantemente da morte, da angustia da solidão, da melancolia da vida e dos desenganos amorosos. Esse pessimismo generalizado recebeu o nome de “mal-do-século”. Escrita por poetas que morreram muito jovens, a poesia dessa geração cai frequentemente num sentimentalismo exagerado. Essa tendência romântica, também chamada de “Ultra-Romantismo”, recebeu muita influencia dos poetas europeus, principalmente do inglês Byron, lido avidamente pelos românticos brasileiros.
Álvares de Azevedo viveu pouco (21 anos incompletos), mas é o nome mais importante do Ultra-Romantismo brasileiro. Além de poesias, escreveu também uma obra dramática, Macário, e um volume em prosa, Noite na Taverna, em que alguns jovens contam historias macabras de paixão, sexo, morte e violência, num clima de sonho e delírio.
Um pouco antes de morrer, tinha preparado para publicação o livro Lira Dos Vinte Anos, que, no entanto, ñ chegou a ver impresso. Depois de sua morte, muitos outros textos foram encontrados e reunidos à sua obra completa.
“Foi poeta, sonhou, e amou na vida”
As poesias de Álvares de Azevedo falam constantemente do tédio da vida, do sentimento da morte e da frustração amorosa. Em seus versos, a mulher ora aparece como um anjo, pura e virginal, ora como uma figura fatal, sensual e sedutora. Nos dois casos, porém, sempre inacessível, distante do poeta, que viveu mergulhado numa triste solidão. Mas, ao lado desse poetas melancólico e sofredor, existe também o poeta irônico e zombeteiro, que ri da poesia romântica e surpreende o leitor com sua veia satírica.
O próprio autor explica esse duplo aspecto de sua obra: “A razão é simples. É que a unidade deste livro funda-se numa binômia. Duas almas que moram nas cavernas de um cérebro pouco mais ou menos de poeta escreveram este livro, verdadeira medalha de duas fases”.
No caso de Álvares de Azevedo, mais do que nunca devemos ter em mente a diferança entre o eu - lírico e a pessoa do autor. Não devemos confundir um com outro. O fato de seus textos falarem de noites em tavernas, de bordéis ou de orgias sexuais ñ significa que Álvares de Azevedo tenha vivido pessoalmente essas situações. Ao contrario, segundo o testemunho dos contemporâneos, o poeta era um rapaz muito estudioso e um leitor voraz, cujas noites eram passadas em meio aos livros de poesia e às obras do curso de Direito, em São Paulo. O que o fazia sofrer, de fato, era a saudade da família, que vivia no Rio de janeiro.
Dados Biográficos
1831- No dia 12 de setembro, na cidade de São Paulo, nasce Manoel Antônio Álvares de Azevedo, na casa de seu avô materno.
1833- Transfere-se com a família para o Rio de Janeiro.
1836- Morre seu irmão mais novo, deixando-o bastante abalado.
1840- Ingressa no colégio do professor Stoll, que o elogia como seu aluno mais brilhante.
1845-1847- Cursa o Imperial Colégio Pedro II.
1848-1851- Cursa a faculdade de Direito de São Paulo. Passa a viver sozinho na cidade.
1851- A morte do colega João Batista da Silva Pereira Júnior reforça o pressentimento de Álvares de Azevedo de que seria o próximo a morrer, pois já ñ estava passando bem de saúde.
1852- No Rio de Janeiro, sofre uma queda de cavalo em março, e seu estado de saúde se agrava. É operado de um tumor, mas muito debilitado, falece no dia 25 de abril, domingo, às cinco horas da tarde. Foi enterrado no cemitério Pedro II, na Praia Vermelha; em 1854, seu corpo foi transferido para o cemitério São João Batista.
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